Inversão de valores: o zelo com a clientela da escola penaliza o professor |
A afirmação resume todo o dilema vivido pelas empresas de ensino de todos os níveis, mas é percebido em boa parte de sua extensão na Educação Básica. Oscilando entre duas lógicas - a comercial e a educacional - as escolas acabam não fazendo bem nem uma coisa, nem outra, com efeitos perversos sobre os professores, já que é sobre eles que recai o peso dessa ambiguidade.
Como entidades de ensino, deveriam estar preocupadas com a qualidade da educação que oferecem aos seus alunos e, em razão disso, oferecer ao agente principal desse processo - o professor - todas as condições de trabalho que assegurassem seu melhor desempenho didático-pedagógico. Mas como sua natureza foi subvertida pela lógica do mercado, adotam práticas que visam atender prioritariamente as demandas de sua freguesia e, com isso, quem sai penalizado é o professor.
Os exemplos disso são inúmeros: sobrecarga de trabalho em razão da necessidade de prestar contas dos "serviços" oferecidos pela escola, introdução de atividades extraordinárias em consequência das novas tecnologias (muitas vezes usadas para atividades administrativas e não pedagógicas), ausência de estímulo para a atualização do corpo docente.
A luta do Sindicato tem sido a de denunciar essas dificuldades e de inserir nas nossas convenções coletivas cláusulas que assegurem melhores condições de trabalho. O desafio dos próximos anos será o de isolar o conceito meramente mercantil que tem predominado na educação privada e aprimorar ainda mais nossas conquistas.
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